Carta Pastoral do Presidente do GAFCON - Março 2018 (Português)

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Para os fiéis do movimento Gafcon e amigos do Arcebispo Nicholas Okoh, Primaz Metropolitano de toda Nigéria e Presidente do Conselho de Primazes do Gafcon.

"Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus,". 
Efésios 2:19


Meu querido povo de Deus,

Nestas palavras do apóstolo Paulo, temos uma descrição maravilhosa do que verdadeiramente significa estar "em comunhão". Como anglicanos, somos membros de uma comunidade global e nossos concidadãos são homens, mulheres e crianças de todas as raças, tribos, nações e origens sociais. Como pessoas que pertencem a Jesus Cristo, compradas pelo sangue derramado, temos uma identidade que transcende a todas as demais e durará até a eternidade.

É por isso que é tão importante que nós, como discípulos de Jesus, mantenhamos a integridade e as disciplinas da família de Deus. O movimento Gafcon começou há quase dez anos atrás porque líderes piedosos reconheceram que a Comunhão Anglicana estava sendo dividida por líderes que rejeitaram a autoridade da Bíblia, negaram a singularidade de Jesus e promoveram padrões de vida que desafiam as Escrituras e rejeitam o padrão da criação divina.

Essas divisões estão se aprofundando e não serão curadas pelas técnicas do mundo corporativo. São problemas espirituais que precisam de soluções espirituais e o primeiro passo é o arrependimento, o que exige que a verdade imutável da Palavra de Deus seja claramente ensinada e executada prontamente. Isto é o que buscamos fazer no Gafcon e onde não há arrependimento, deve haver realinhamento. Isso envolve novas jurisdições, quando necessário, como a Igreja Anglicana da América do Norte, e mudanças nos padrões de relacionamento, dentro e fora do movimento Gafcon.

Por exemplo, elogio a decisão recente do Sínodo Provincial do Sudeste Asiático tanto em declarar a sua comunhão quebrada com a Igreja Episcopal Escocesa por conta da sua aceitação do "casamento" do mesmo sexo quanto em reconhecer a Igreja Anglicana da América do Norte como uma província anglicana máxima.

À medida que esse realinhamento prossegue, como anglicanos ortodoxos podem viver juntos como uma comunidade global que realmente expressa a maravilhosa unidade na diversidade de ser a família de Deus? Embora as instituições globais tradicionais não conseguiram manter a integridade e a unidade da testemunha anglicana, nossas conferências globais realizadas a cada cinco anos têm sido experiências inspiradoras e temos um Conselho de Primazes para proporcionar liderança espiritual.

No entanto, percebemos que nossas estruturas globais precisam de maior profundidade para enfrentar os desafios atuais e os Primazes do Gafcon, portanto, autorizaram a formação de um conselho consultivo conhecido como o Painel de Assistência do Gafcon, ao qual cada respectiva Província e ramo do Gafcon enviará três representantes: um bispo, um membro do clero e um membro dos leigos. Reuniões regionais em preparação para a primeira reunião plenária do Painel de Assistência em Jerusalém já estão em andamento. Os representantes das Américas se encontraram no Chile no mês passado e haverá reuniões em Sydney, Quênia e Inglaterra neste mês.

A diversidade cultural da Comunhão Anglicana não é em si mesma um problema. Só se tornou um problema porque alguns substituíram a moralidade bíblica pela moralidade de sua cultura secular, mas quando os anglicanos se reúnem como a “família de Deus" global dentro de um compromisso compartilhado com o evangelho imutável, que para nós está estabelecido no Tratado e Declaração de Jerusalém, podemos ajudar e guiar um ao outro na tarefa de criar uma testemunha fiel, apropriada aos nossos conceitos, sem ser comprometida.

Nossa irmandade global também deve ser uma em oração. Eu parabenizo e peço orações pelo Bispo de Tanga, Maimbo Mndolwa, escolhido como o próximo Primaz da Tanzânia. Também peço suas orações urgentes pela libertação segura de 110 estudantes raptadas por Boko Haram na semana passada numa escola em Dapchi, uma cidade no nordeste da Nigéria. Muitas das 276 meninas sequestradas em um ataque semelhante em 2014 ainda são mantidas. Que Deus possa confortar os corações quebrantados e traga libertação aos cativos.

Revmo. Nicholas D. Okoh
Arcebispo, Primaz Metropolitano de Toda a Nigéria e Presidente do Conselho de Primazes do Gafcon.